Segunda-feira, 7 de Maio de 2007
Anderson
(JORGE MAIA)
Há uma diferença clara entre a esmagadora maioria dos jogadores da Bwin Liga e Anderson, tão clara e evidente como a diferença que separa os jogadores talentosos dos jogadores verdadeiramente geniais: os primeiros conseguem fazer coisas que mais ninguém consegue fazer; os génios, como Anderson, fazem coisas que mais ninguém consegue sequer imaginar. E fazem-no com a genialidade das coisas simples, ou com a simplicidade das coisas geniais, tanto faz. Como aquele passe, simples, inimaginável e genial com que fez a bola passar por entre dois defesas do Nacional para aterrar no pé de Fucile e resolver o jogo. E, de repente, por instantes, o futebol deixou de ser uma coisa sofrida, complicada e acidental para ser prazer puro e simples. Mais puro que simples, porque a simplicidade que Anderson põe em tudo o que faz só está ao alcance de uma mão cheia predestinados. E é por isso que o gozo que ele sente a jogar à bola é directamente proporcional ao prazer de vê-lo jogar. Para ele, o futebol não é trabalho, nem obrigação, nem tem hora marcada. É prazer, puro e simples. E é por isso que a entrada de Katsouranis que lhe partiu o perónio é um crime de lesa-futebol, mesmo que tenha sido involuntário. Durante seis meses, o FC Porto e o campeonato português ficaram mais pobres. Como o Louvre ficaria mais pobre se houvesse um espaço vazio no lugar da Mona Lisa, como a música seria mais pobre se Mozart tivesse sido ferreiro ou como a ciência estaria mais pobre se Einstein não soubesse fazer contas de somar. Para o FC Porto, Anderson pode muito bem ter voltado a tempo de garantir o título. Para quem gosta de ver bom futebol, contudo, a sua ausência é irreparável.
COSME
Manchado
Por uma razão que só o Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga poderá explicar, os jogos do FC Porto, campeão nacional e líder isolado da Bwin Liga, não têm sido apitados por árbitros internacionais. No jogo com o Nacional, Cosme Machado foi mal auxiliado e anulou um golo limpo aos portista logo aos 11', um golo que podia ter simplificado a partida para os portistas e que só não foi decisivo graças ao génio de Anderson.
in O JOGO de 7 de Maio de 2007
Post de F Tavares